Tem um campo de atuação que vem crescendo nos últimos anos. Um campo composto de habilidades duras, no sentido de técnicas e ferramentas para apoiar por exemplo tomadas de decisão, construção consensuada, enfim que apoiam em um tipo de fazer de um time, grupo. Existe um outro aspecto da facilitação que é composto por habilidades socioemocionais (soft) que listo aqui alguns mas não me limitando a esses: escuta, empatia, conexão, comunicação e engajamento que habilita o facilitador a trabalhar as relações.
Acontece que recentemente pela aprendizados da Certificação MetaIntegral Brasil temos olhado a facilitação não apenas pelas óticas do outro (2ª pessoa) e do grupo/relações (3ª pessoa), mas também pela ótica do facilitador (Eu). O embasamento da Teoria Integral, dentre outras, ressaltou para mim importância de navegar um processo de desenvolvimento múltiplo e ter olhar ampliado para o que estamos chamando de facilitação.
A novidade para mim veio desse principalmente desse olhar para o EU. O que o meu EU tem a ver com isso (meu sistema interno)?
Segundo Adam Kahane em seu último livro Facilitating Breakthrough fala de dois principais tipos de facilitação:
1. Facilitação chamada de vertical que tem conclusão ou um avanço claro;
2. Facilitação chamada de horizontal que ajuda os participantes a navegarem entre as polaridades avançar e concluir.
Voltando para o “eu” ou a primeira pessoa, destaco aqui um texto que me atravessou pois traz uma experiência de facilitação que participante ficou constrangido, se sentido grupo restrito e ate infantilizada. Essa reflexão do Chris Mowlesme atravessou porque sei como facilitadora como é difícil deixar algumas coisas irem como controle ou mesmo a responsabilidade por um resultado. Esse é processo de deixar ir não serve apenas para um facilitador, mas também para as liderança que muitas vezes desempenham esse papel.
Todos queremos criar boas experiências, mas também precisamos criar as condições seguras para que trabalho seja realizado em uma boa maneira.
Ainda tem muitas coisas que acontecem no grupo que me atravessam, como a perda de controle e essa necessidade de criar boas experiência e a busca por um resultado, mas essa minha necessidade deve ser reconhecida e aterrada, senão a minha necessidade pode levar a uma manipulação do processo do grupo.
Aqui destaco a importância de acrescentar nesse pacote do profissional da facilitação um processo de desenvolvimento do ‘eu” – do humano, do ser humano, algo que a inteligência artificial não é capaz de fazer. Essa é a partir de um processo de desenvolvimento vertical que você vai perceber e separar as necessidades do eu do processo. Um passo importante para entender e dançar melhor na complexidade das relações humanas.
Não é qualquer grupo e reunião que precisa de facilitação, além de ser importante acordar que tipo de facilitação estamos falando (principalmente com relação as expectativas de resultado). Na complexidade que vivemos, importante estarmos sempre muito preparados, mas não tanto estruturados (rigidez), porque senão a magia da facilitação não acontece. E eu sigo acreditando em magias…
Referências:
Adam Kahane, Facilitation Breakthrough
Chris Mowles, Taking Experience: Do facilitated workshops bring about the opposite of what they intend?