Dani Saraiva

Uma reflexão sobre a procrastinação

Lendo o livro Originais, de Adam Grant, me fixo e paro em um capítulo que se chama “Fools Rush In” (Tolos Correm – minha tradução livre) que fala da procrastinação. Se a procrastinação é extremamente frutífera para o trabalho criativo, como promover mais espaço na minha vida, nos grupos e nas organizações para que consigamos absorver a procrastinação de forma estruturada? Eu que sempre estou lutando para não deixar as coisas para última hora, para me planejar e entregar a tempo, ler um estudo em que traz a procrastinação como um hábito comum das pessoas criativas e que resolvem problemas, me leva a repensar minha relação com o tempo. Eu fui educada para pensar que a procrastinação está relacionada com a preguiça, com aqueles que negam a sua responsabilidade, mas com livro vejo que tem muitos bons resultados atrás daqueles que procrastinam. A cultura do fazer e produzir, passou a traduzir a procrastinação como um grande mal.

Venho trabalhando com uma abordagem que se chama Thinking Environment, uma metodologia criada e aplicada há mais de 25 anos que visa criar um ambiente que favorece o pensamento independente. Sua criadora Nancy Kline parte do pressuposto que A coisa mais valiosa que podemos oferecer uns aos outros é um espaço para que possam pensar por conta própria”. Esse ambiente para pensar com 10 componentes que geram encorajamento, respeito, diversidade e que no meu ver ajuda a dar estrutura ao que muitas vezes definimos como procrastinação.

Com essa abordagem consegui ressignificar a palavra procrastinar que passou a estar relacionado com gastar mais tempo no pensar para ter decisões mais inteiras. E o que isso significa? Segundo Adam Grant a procrastinação abre tempo para considerar as ideias divergentes, surgindo um novo. Lógico que procrastinar não é para todos, não é para sempre, mas tomo agora como uma virtude. Um tempo para novas descobertas em mim e nas pessoas e grupos que trabalho.

Com isso acredito que o tempo para pensar que o Thinking Environment estrutura é cada vez mais necessário se realmente queremos considerar a diversidade nas e das equipes e trazer respostas mais inovadoras para o mundo e para as organizações.

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